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Vamos falar um pouco displasia coxofemoral!



Como proprietária de duas pastores alemães não tem como não me preocupar com essa terrível doença mas, nunca me preocupei em saber a fundo sobre ela , então decidi me informar junto com vocês, tentarei colocar tópicos  resumindo os principais pontos para sabermos como acontece o porque, como tratar, se existe algum tratamento homeopático, tentarei deixar o mais completo possível, então vamos lá
O que é displasia coxofemoral :  A displasia coxofemoral canina é uma afecção ortopédica (qualquer alteração patológica do corpo) freqüente, comumente dolorosa, decorrente de instabilidade  e que leva a doença articular degenerativa ( SELMI at AL,2009)
 
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Esse foi o termo mais técnico que encontrei, pois acho importantíssimo passar a informação o mais correta que encontrar mas se eu estivesse passando por essa terrível doença com as minhas meninas não ficaria satisfeita com essa explicação pois é totalmente impessoal  e técnica , mesmo estando correta não me responde as duvidas pois essa linguagem não é de meu uso comum , então tentarei explicar de forma simplificada com linguagem mais comum, vamos lá
A displasia coxofemoral ocorre quando há uma alteração na articulação do quadril com o acetábulo (depressão da pélvis onde se encaixa o fêmur), traduzindo o fêmur não se encaixa corretamente na cavidade do acetábulo, causando desconforto.
Bom pessoal eu sei que é muitos termos, mas com um pouco de trabalho e paciência vamos entender cada detalhe, vou colocar agora a anatomia completa do quadril com imagem de ilustração pois, assim vamos saber os nomes técnicos o que são e onde se localizam.

QUADRIL
É uma articulação do tipo esférica formada pela cabeça do fêmur e a cavidade do acetábulo.
Os ligamentos que formam essa articulação são:

Cápsula Articular – A cápsula articular é forte e espessa e envolve toda a articulação coxo-femoral. É mais espessa nas regiões proximal e anterior da articulação, onde se requer maior resistência. Posteriormente e distalmente é delgada e frouxa.

Ligamento Iliofemoral – É um feixe bastante resistente, situado anteriormente à articulação. Está intimamente unido à cápsula e serve para reforçá-la.

Ligamento Pubofemoral – Insere-se na crista obturatória e no ramo superior da pube; distalmente, funde-se com a cápsula e com a face profunda do feixe vertical do ligamento iliofemoral.

Ligamento Isquiofemoral – Consiste de um feixe triangular de fibras resistentes, que nasce no ísquio distal e posteriormente ao acetábulo e funde-se com as fibras circulares da cápsula.

Ligamento da Cabeça do Fêmur – É um feixe triangular, um tanto achatado, inserindo-se no ápice da fóvea da cabeça do fêmur e na incisura da cavidade do acetábulo. Tem pequena função como ligamento e algumas vezes está ausente.

Orla Acetabular – É uma orla fibrocartilagínea inserida na margem do acetábulo, tornando assim mais profunda essa cavidade. Ao mesmo tempo protege e nivela as desigualdades de sua superfície, formando assim um círculo completo que circunda a cabeça do fêmur e auxilia na contenção desta em seu lugar.

Ligamento Transverso do Acetábulo – É uma parte da orla acetabular, diferindo dessa por não ter fibras cartilagíneas entre suas fibras. Consiste em fortes fibras achatadas que cruzam a incisura acetabular.
 (Fonte)
VISTA ANTERIOR DAS ESTRUTURAS ARTICULARES DO QUADRIL
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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

VISTA POSTERIOR DAS ESTRUTURAS ARTICULARES DO QUADRIL
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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000

Imagem do Google
ESTRUTURAS ARTICULARES DO QUADRIL
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Após essa aula de anatomia conseguimos nos localizar sobre as estruturas do quadril e não ficaremos tão perdidos quando algum nome aparecer, será somente voltar nas imagens e nos localizar.

Simplificando agora: A displasia nada mais é do que a má coaptação entre o acetábulo, que é estrutura que conecta a cabeça do fêmur com a pélvis dos cães, e a cabeça do fêmur
 (Fonte)

Caracterizada,radiograficamente  pelo arrasamento do acetábulo , achatamento da cabeça do fêmur, subluxação ou luxação coxofemoral e alterações secundarias da articulação ( LUST 1997,apud TORRES 1999)
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Os animais acometidos apresentam dor e dificuldade ou incapacidade total de locomoção (BRANCO, 2001)

Por que ocorre a doença?: O principal culpado por assim dizer é o fator genético, ai você me pergunta o que isso quer dizer exatamente então vamos explicar
1-     Fator genético : Os fatores genéticos são aqueles passados dos genitores para os seus descendentes e são chamados de hereditários, como, por exemplo, a polidactilia, enquanto que os genéticos cromossômicos resultam de uma anomalia na estrutura de um cromossomo da espécie, como, por exemplo, a síndrome de Down.
Aprendemos com isso que sempre que adquirir um animal, principalmente se for de media a grande porte ter certeza que os pais não possuam a doença , mas se já adquiriu seu animal assim com eu não entre em pânico acompanhe seu cão, sempre o leve na consulta anual ao vet .

2)Fatores externos: Os fatores ambientais também podem causar a displasia coxofemoral. Cães que engordam muito rápido, às vezes em fase de crescimento, alguns fatores nutricionais como excesso ou falta de nutrientes, problemas musculares na região lombar, lesões pélvicas ou lesões por esforços causados por movimentos repetitivos, excesso de exercícios físicos, principalmente, mas não limitado a animais mais jovens que ainda não completaram todo seu desenvolvimento físico. E até mesmo possíveis acidentes como um tombo de uma escada ou até mesmo algo aparentemente mais leve.

3) Papel da alimentação na displasia coxofemoral (fator não genético): causadas por erro alimentar são confundidas com a DCF, como a osteocondrose dissecante, mas é necessário fazer um diagnóstico diferencial.
A principal preocupação no caso de doenças mioesquelética em raças de crescimento explosivo é a Energia e não a proteína. Excesso de energia é fatal na aceleração das doenças. Isto porque o animal inverte o crescimento tecidual. O tecido muscular se desenvolve em uma velocidade superior ao tecido ósseo (quando o normal é exatamente ao contrário). Como estratégia compensatória o tecido ósseo se arqueia (síndrome do rádio curvo) para agüentar a sustentação. Neste ponto entram os outros dois nutrientes deletérios: o cálcio e a vitamina D. Se o organismo dispõem de quantidade excessivas de Cálcio e vitamina D, ele tentara compensar o peso muscular calcificando precocemente as articulações e acelerando o fechamento das epífises. Como esta calcificação é imatura ocorrerá microfissuras ósseas que agravaram em uma osteocondrose dissecante ou descolamento da cabeça do fêmur (em casos de DCF, por exemplo). A vitamina C influencia este processo pois melhora a saúde da cartilagem, principalmente na síntese de proteoglicanos qué é o principal constituinte da cartilagem.
Flávia Maria de Oliveira Borges Saad
Profa Adjunta Nutrição de Cães e Gatos
Professora Orientadora do NENAC- DZO
Universidade Federal de Lavras – UFLA

Principais raças acometidas: Como podemos ver até agora raças de grande porte, médio são as principais acometidas pela doença pois tem um crescimento acelerado.BRANCO,2011 cita em sua obra o aparecimento da doença em um cão da raça Lhasa Apso, isso nos leva a concluir que todos os cães estão sujeitos e que precisamos sempre estar atentos. 

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Principais sintomas : É muito difícil que cães jovens apresentem sintomas de displasia coxofemoral. Quando isto ocorre, no entanto, os sinais são bastante agudos: filhotes com menos de um ano de vida acometidos deste mal diminuem drasticamente o nível de atividade, apresentam sinais de dificuldade de locomoção e podem ter o desenvolvimento físico prejudicado (não apenas com relação à redução do porte esperado para a raça, mas inclusive desenvolvendo algumas deformidades).
Os cães adultos e idosos demonstram condições crônicas, determinadas pelo tempo: dificuldade no andar e correr e atrofia muscular (redução do volume dos músculos no quadril e baixo ventre determinada pela inatividade).
Até mesmo a cintura escapular (região onde se conectam os membros anteriores) é prejudicada pela displasia coxofemoral, uma vez que os ombros pernas dianteiras são comprometidos pelo excesso de peso transmitido para a área frontal, em uma tentativa de compensação dos membros posteriores e alívio das dores e desconfortos.
Como diagnosticar

Exame clínico: baseia-se na observação do animal em estação, caminhando e trotando, na constatação de aumentos de volumes e assimetrias e na busca da presença da dor, crepitação e amplitude do movimento articular, maior na fase aguda e menor na crônica, já nesta última intensificam-se as alterações articulares degenerativas, tomando lugar a fibrose capsular e muscular circundante. Os sinais Ortolani e Bardens devem ser explorados em cães jovens, anestesiados e colocados em decúbito lateral. Para para o sinal de Ortolani,posicione o fêmur superior perpendicularmente ao eixo longitudinal da pelve e paralelamente à superfície da mesa de exame. Coloque a palma de uma das mãos sobre a articulação coxofemoral sob avaliação e com a outra segure firmemente a articulação fêmoro-tíbio-patelar correspondente, pressionando o fêmur contra o seu acetábulo. Quando esta pressão é exercida, a cabeça femoral da articulação displásica subluxa dorso-lateralmente. Mantenha esta pressão e abduza ao máximo o fêmur. Durante esta manobra você sentirá a cabeça do fêmur retornará a sua cavidade acetabular, algumas vezes emitindo um som audível semelhante a um "clunk ". O retorno com ou sem som é achado clínico que corresponde a um sinal Ortolani positivo, vindo a confirmar a presença de frouxidão articular. Para o sinal de Bardens,indicado para animais mais leves e com menos de três meses de idade, segure o fêmur superior com uma mão e posicione a outra com o polegar na tuberosidade isquiática, o indicador sobre o trocanter maior e o dedo médio na tuberosidade sacral. Abduza o fêmur paralelamente à mesa de exame. O deslocamento lateral do trocanter maior, além do compatível, percebido pelo indicador, revela frouxidão articular.
(Fonte

Diagnóstico é definitivo: através do exame radiográfico, mediante posicionamento correto do paciente e imagens de qualidade. O posicionamento normalmente é alcançado através da anestesia geral, já que estamos frente a uma patologia muitas vezes dolorosa e de raças geralmente grandes. A associação farmacológica da tiletamina e zolazepam proporciona analgesia rápida e profunda e relaxamento muscular. É uma anestesia dissociativa segura, de efeitos secundários reduzidos. Recomendamos a administração na dose prescrita por via E.V.(1ml para cada 10 kg de peso), devido aos efeitos mais rápidos (ganho de tempo)e pelas doses menores, quando comparadas à aplicação I.M.. Os riscos de uma anestesia feita com cuidado e com drogas modernas caem praticamente a zero.

O que esperar de uma radiografia perfeita: Radiografia perfeita: ao se realizar uma radiografia das articulações coxofemorais para o diagnóstico da displasia, faz-se necessária, preferencialmente, a anestesia geral, podendo ser de curta duração, de tal forma que o paciente esteja livre de qualquer reação, com o objetivo de se obter um posicionamento correto. O animal é então colocado em decúbito dorsa, com os membros posteriores estendidos caudalmente, de igual comprimento, paralelos entre si e em relação à coluna vertebral, rotacionados mediante,de tal forma que as patelas se sobreponham aos sulcos trocleares.
A pelve deve estar paralela à superfície da mesa, ou seja, sem inclinação. Para uma radiografia de posicionamento adequado é de grande valia uma calha, utilizada para deitar o animal no seu interior, com a pelve fora da mesma. Portanto ela é um acessório muito importante para este tipo de exame. Os membros torácicos são estendidos cranialmente, tornando-se o cuidado de não haver inclinação do tórax do animal. Nestas circunstâncias a imagem radiográfica deverá nos mostrar o seguinte
       . ílios simétricos- canal pélvico ovalado, de contornos simétricos, quando dividido sagitalmente
·         forâmens obturadores simétricos - fêmures paralelos entre si e com a coluna vertebral
·         patelas sobrepostas aos sulcos trocleares
A imagem radiográfica deve permitir a visualização de toda a pelve, assim como das articulações fêmoro-tíbio-patelares,para que se possa avaliar a simetria dos ílios e os posicionamentos das patelas. Se estas não tiverem sobrepostas aos sulcos trocleares, conclui-se que os posteriores foram rotacionados insuficiente ou excessivamente. Normalmente é insuficiente, ou seja, a patela tende a se sobrepor mais ao côndilo lateral do fêmur do que ao sulco propriamente dito.No posicionamento apropriado das patelas, alcançados através da rotação mediana dos membros, exerce-se uma força sobre as cabeças femorais, levando as articulações displásicas à subluxação, enquanto que o animal normal não correrá o mesmo. Normalmente é esta subluxação a primeira alteração radiográfica e em princípio a mais importante.Através dela é que se determina o grau no índice de Norbeg. As demais alterações irão se desenvolver como conseqüência da subluxação, como por exemplo a artrose, por isso denominada de artrose secundária.Uma radiografia de qualidade deverá ser bem contrastada, observando-se de forma bem detalhada o bordo acetabular dorsal e a estrutura trabecular da cabeça e colo femorais. Alcançam-se estes objetivos utilizado-se bons equipamentos de raios X, é crans e filmes de boa procedência, revelação por processamento automático sempre que possível e uma câmara escura que realmente seja escura, provida de uma lâmpada de segurança que realmente seja de segurança. Sob a superfície da mesa radiográfica, no Bucky, faz-se presente a grade anti-difusora, com a função de absorver a maior parte da radiação secundária. Esta, quando ausente, produz imagens sem contraste, isto é, de aspecto enfumaçado.
 
Radiografia inadequada: é aquela sem posicionamento apropriado, caracterizada principalmente pela assimetria dos ílios, au-sência de paralelismo entre os fêmures, principalmente por abdução dos membros, patelas não sobrepostas aos sulcos trocleares e aquelas sem padrão de imagem, por estarem sub ou super expostas (claras ou escuras, respectivamente), prejudicando o contraste, tremidas, manchadas, mal reveladas, etc., bem como aquelas sem dados de identificação do paciente na emulsão(antes da revelação)do filme.

Diagnóstico: é realizado através do índice de Norberg. Baseia-se na determinação dos centros das cabeças femorais e da união dos mesmos por intermédio de uma linha, que nos possibilitará traçar, a partir de um dos centros uma segunda linha, que tangenciará o bordo acetabular crânio lateral. As duas linhas formam entre si um ângulo, chamado ângulo de Norberg. Este é apenas um dos elementos necessários para o diagnóstico da displasia. Outros fatores devem ser levados em consideração, tais como o posicionamento do centro da cabeça femoral em relação ao bordo acetabular dorsal, o aspecto da linha articular, a presença de alterações articulares degenerativas (artrose secundária) e a conformação dos bordos acetabulares, principalmente do crânio lateral. Segundo Norberg o menor ângulo compatível com a normalidade é 105º , porém pode haver uma articulação com 105º ou mais e ser classificada como próxima do normal (B) ou levemente displásica (C), Bastando para isto a presença de osteófito no bordo acetabular crânio lateral, adulterando o ângulo ou quando menos de 50 % da cabeça femoral estiver inserida dentro da cavidade acetabular. Os autores tem preconizado pelo menos 50 %. É de fundamental importância entender, que em princípio, quanto maior o ângulo de Norberg, maior será a congruência articular. Em outras palavras, maior será o contato entre cabeça femoral e cavidade acetabular ou maior será a intimidade entre elas ou maior ser'ao encaixe da cabeça femoral. A partir deste momento, quanto menor a congruência articular, menor será o ângulo e mais evidente será a subluxação, podendo atingir até a luxação.

Controle da displasia: todos os animais utilizados na reprodução devem passar por uma seleção radiográfica. Como condição mínima necessária, pelo menos os pais dos reprodutores devem ser insetos de displasia, não sendo preciso ressaltar que quanto mais longe formos no controle dos ascendentes, melhor será.Os animais aprovados para a reprodução também o deverão ser quanto a prova dos descendentes. Não basta apresentar articulações coxofemorais normais, pois os animais nestas condições podem transmitir a má formação aos seus descendentes . É importante esclarecer que as radiografias só avaliam os aspectos fenotípicos (alteração radiográficas) e não o genótipo. Freqüentemente animais sem sinais de displasia são portadores dos respectivos gens. É preciso deixar muito claro que todos os animais, com exceção dos de categoria A, sem sinais de displasia coxofemoral(HD -),do alemão Hüftgelenk Dysplasie e inglês Hip Dysplasia,apresentam displasia, em menor ou maior grau. Atualmente no Brasil, para fins de reprodução, é permitido o acasalamento dos cães pertencentes às três primeiras categorias, ou seja, A(HD -), B(HD +/-)e C(HD +), enquanto que alguns países, como por exemplo a Alemanha, só são autorizados para o mesmo fim as classificações A e B. Sugere-se, caso a fêmea seja C (displasia coxofemoral leve: HD +), que ela deva ter excelentes características do padrão da raça, como conformação, temperamento,etc.. Estas virtudes devem superar as deficiências das articulações. Esta mesma fêmea deveria acasalar com um macho A, sem sinais de displasia coxofemoral (HD -). As recomendações para as fêmeas não devem ser aplicadas aos machos, já que os mesmos transmitirão a displasia para um número muito maior de filhotes. Animais levemente displásicos tendem transmitir displasias discretas. É importante ressaltar que os critérios de acasalamento devem levar em consideração o tamanho do plantel e a conformação das articulações. Se a população de animais em uma determinada raça é muito grande e controle e o controle da displasia é feito rotineiramente há muito tempo, o critério na reprodução será mais rígido se comparado com outras raças com número menor de exemplares e com o controle radiográfico mais incipiente. Caso contrário limitaríamos tanto os acasalamentos que poderiam não haver mais animais aptos para este fim. Muitos proprietários questionam diagnóstico radiográfico, quando o resultado é de displasia moderada ou severa e quando os cães correspondentes praticam exercícios diários intensos sem manifestar qualquer sintoma. Isto é perfeitamente possível, pois sabemos que muitas vezes não há correlação entre as lesões radiográficas e os sinais clínicos.
(Fonte)

A prevenção

Proprietários de animais com propensão para desenvolver a displasia coxofemoral podem tomar algumas providências para impedir (ou atenuar) o desenvolvimento da doença. Entre elas, vale destacar as seguintes:

evitar a instalação de pisos derrapantes nos locais em que os cães se locomovem;

adotar uma rotina de exercícios físicos leves, que estimulem o desenvolvimento muscular e ósseo dos filhotes. O limite é determinado pela visualização do cansaço excessivo dos cães – e cada cão tem o seu próprio ritmo;

sempre que possível, adotar os exercícios aquáticos, de menor impacto e, portanto, sem grande prejuízo às articulações (isto não é adequado para cães braquicefálicos – de cara achatada –, como o boxer, por exemplo);

estar atento à dieta alimentar dos pets, para evitar sobrepeso e obesidade, fatores que estimulam o desenvolvimento da displasia coxofemoral mesmo em cães não geneticamente predispostos a desenvolver a doença.
(Fonte)
TRATAMENTOS

Acupuntura

A acupuntura (ACP) funciona porque existe uma relação física entre pontos de acupuntura e os nervos periféricos. É bem conhecido, no entanto, que um grande número de neurorreceptores, terminações nervosas que transmitem informações, tais como dor, calor ou pressão, fecham a maioria dos pontos de ACP. Além disso a maioria dos pontos de acupuntura tem um relacionamento físico com os nervos periféricos. Por exemplo, os pontos de acupuntura estão, muitas vezes, localizados onde os nervos penetram: músculos principais, ossos, tendões ou vasos sanguíneos.
Colocada corretamente, a agulha de acupuntura vai comunicar-se diretamente com os receptores neuro específicos que, por sua vez, enviarão mensagens específicas através do sistema nervoso autônomo. Sabendo quais são os pontos de acupuntura e em que nível podem atuar com efeito benéfico, os resultados podem ser representados por inibição da dor, aumento do débito cardíaco, supressão da tosse, estimulação da cicatrização óssea… Após o tratamento, podem ser registradas alterações, tais como paz, relaxamento, melhora do sono e aumento da sociabilidade. Acupuntura é excelente no controle da dor e no retardamento da evolução da doença. Ela inibe a transmissão nociceptiva, melhora o fluxo sanguíneo, inibe a inflamação, reduz a tensão muscular e espasmo, redefine os mecanismos proprioceptivos e a postura estrutural. O mecanismo de analgesia pela acupuntura tem sido explorado desde 1970.
No ato da aplicação das agulhas, que permanecem por até 15 minutos em pontos específicos e predeterminados pelo médico-veterinário, ocorre liberação de substâncias como serotoninas, endorfinas e opioides, que contribuem para analgesia e relaxamento. Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), pontos de acupuntura são terminações nervosas ligadas aos meridianos, que são canais de energia. A frequência do tratamento varia de uma a duas vezes por semana e o mínimo de 10 sessões são indicadas.
A Vet Terapias tem tido excelentes resultados na reabilitação de animais com displasia coxofemoral que optaram pelo tratamento não cirúrgico e há anos tratam com acupuntura e fisioterapia. Claro que cada caso é um caso e, às vezes, é necessário um tratamento cirúrgico!

Fisioterapia: é indicada como preventivo, no caso de animais que foram diagnosticados precocemente e como tratamento para situações mais crônicas. O diagnóstico mais usual é feito através de raio-x.

As terapias com calor: são excelentes, pois causam vasodilatação dos tecidos, levando à analgesia. As duas modalidades da fisioterapia mais indicadas são a cinesioterapia e a hidroterapia. A cinesioterapia é a ciência que abrange o tratamento dos sistemas neuromusculoesquelético e circulatório por meio do movimento ou do exercício. São exercícios leves, feitos no solo, usualmente com o auxílio de bolas, que contribuem na restauração e na manutenção da resistência ou força muscular, além da melhora da mobilidade articular, flexibilidade muscular e coordenação.
Fonte

hidroterapia pode ser feita natação ou hidroesteira,:que sāo exercícios de baixo impacto que devem ser feitos durante toda a vida do animal no mímino 2 vezes na semana, com o objetivo de aumentar a amplitude de movimento, diminuir a inflamação articular, fortalecer a musculatura e, em alguns casos, combater a obesidade. A massagem também é indicada para a melhora da contratura muscular, relaxamento e controle da dor.

Tratamentos cirúrgicos

Existem várias formas de cirurgia que são utilizadas para o tratamento de displasia coxofemoral em cães. Seu veterinário irá fazer recomendações com base na idade e condição de seu animal. Em caso de cirurgia a técnica mais usada é a artroplastia excisional de cabeça e colo femoral, a conhecida colocefalectomia e atualmente surgiram técnicas mais modernas como a colocação de prótese total de cabeça e colo femoral e acetábulo além da cirurgia de sinfisiodese púbica juvenil, para cães jovens de até no máximo 6 meses de idade.
A cirurgia juvenil (JPS ) – é realizada em cães mais novos de seis meses de idade. A idade ideal para JPS é de 4 meses. A cirurgia envolve a fusão de parte da pélvis para melhorar a estabilidade da articulação do quadril. Filhotes devem ser castrados no momento da JPS para evitar procriação antiética. A JPS é muito menos invasiva e dispendiosa de que a cirurgia de osteotomia pélvica tripla.
Osteotomia pélvica tripla ou tripla osteotomia pélvica – é uma reconstrução de estabilização da articulação do quadril. É geralmente realizada em cães jovens (com menos de um ano de idade ), com fraca cobertura da cabeça femoral. Ela ajuda a conter a subluxação e lassidão que levam à artrite severa. Se houver sinais precoces da doença articular degenerativa (DAD) do quadril, é discutível se a osteotomia pélvica tripla é uma boa opção. A osteotomia pélvica tripla é geralmente reservada para cães com subluxação, mas por outro lado com bons quadris. Quando são necessárias cirurgias bilaterais, a maioria dos cirurgiões solicitará de um a dois meses de intervalo entre as intervenções cirúrgicas.
Ostectomia da cabeça femoral – substituição de quadril – é uma cirurgia tipo “resgate” feita geralmente em cães maduros que não estão respondendo bem à terapia de manutenção e que sofrem de osteoartrite grave. A maioria dos cães terá recomendação para este tipo de cirurgia, que tem a função de aliviar a dor do quadril após o período de recuperação. Esta cirurgia envolve a remoção da cabeça do fêmur, e sutura da cápsula articular. Recomenda-se que o animal esteja com um peso adequado antes da cirurgia, não é recomendada para cães com excesso de peso. A terapia física irá ser necessária após a operação. A recomendação desta cirurgia é principalmente para raças de pequeno e médio porte que irão se dar muito bem após a cirurgia. Os cães maiores tem um resultado mais imprevisível, mas geralmente suas vidas também tornam-sem ais confortáveis.
Substituição total do quadril – Artoplasia Coxofelural Total (ACT) – consiste em substituir a articulação coxofemoral por uma cúpula acetabular e por um componente femoral com cabeça, colo e haste femoral. Este procedimento é considerado como a melhor opção cirúrgica (95% de sucesso) em cães de raças gigantes clinicamente afetados e com osteoartrite avançada.
Em essência, o implante de THR (Total hip replacement) fornece ao cão um quadril artificial que mesmo que não traga a estrutura anatômica normal, a ACT restabelece os mecanismos articulares e preserva a função do membro sem dor.
Artroplastia de quadril – é realizada quando a cirurgia de substituição do quadril tem custo proibitivo. Nesta cirurgia a esfera de articulação do quadril é retirada deixando os músculos atuarem como juntas. Esta cirurgia funciona melhor para cães com peso inferior a 44 kg, e para cães com boa musculatura do quadril.
Como com qualquer procedimento cirúrgico, as complicações podem surgir envolvendo algum grau de risco. Estes podem incluir infecções, luxações, fraturas do fêmur, o afrouxamento dos implantes e danos nos nervos. No entanto, em geral, estas complicações ocorrem em um baixo percentual dos casos.

Confira a seguir a classificação de displasia coxofemoral para animais reprodutores:
Classificação da Displasia Coxofemoral
Classificação
Grau e Descrição
Reprodução
HD-
Sem sinais de displasia coxofemoral
Apto à reprodução
HD+/-
Articulações coxofemorais próximas do normal
Apto à reprodução
HD+
Displasia coxofemoral de grau leve
Ainda permitido
HD++
Displasia coxofemoral de grau moderado
Não apto à reprodução
HD+++
Displasia coxofemoral de grau severo
Não apto à reprodução


Bom pessoal isso é tudo como se diz, espero ter ajudado, aprendi muito, foi um assunto extenso cheio de nomenclaturas e explicações complexas, preferi não interferir muito pois para cometer erros em assuntos que somos leigos basta querer acrescentar um A como se diz.
Quero deixar um aviso ou melhor um pedido, se você não possui um cão e está pretendendo comprar ou adotar estude sobre a raça seu comportamento e doenças mais comuns que os acometem, pois ter um animal é lindo mas também requer responsabilidade, você terá gastos regulares com alimentação, vacinas, vermífugos,... mas também pode ocorrer a necessidade de gastos maiores que podem ser permanentes, pense bem se seu orçamento pode arcar com isso, fora que a atenção, amor, carinho e disponibilidade para lidar com um cão com problemas de saúde não podem ser medidos, a pergunta é : Você esta disposta a se doar para lidar com os problemas de saúde que seu cão pode desenvolver ?. Pense bem na resposta, pois não abandone seu cão quando ele precisar de você, você o quis quando estava saudável então tem obrigação moral de lhe dar uma vida digna e confortável no momento de dificuldade. Como eu sempre digo informação é poder e só custa um pouco do seu tempo/paciência. Fica a dica da Fê mesmo com dificuldade seu cão continua sendo seu melhor amigo e se esforça para te ver feliz, faça o mesmo por ele.

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